quarta-feira, 14 de abril de 2010

XXVIII Encontros Nietzsche



Está marcada para os dias 19 e 20 de Maio a XXVIII edição dos Encontros Nietzsche. Com o tema Nietzsche e o estilhaçamento do sujeito, o evento acontece na USP e é promovido pelo Grupo de Estudos Nietzsche - GEN. Confira abaixo a programação.

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QUARTA-FEIRA 19 de maio

10h00 - Oficina de Leitura
(com a participação dos pós-graduandos ligados ao GEN)

14h30
Vânia Azeredo (GEN/PUCCAMP)
Nietzsche e a dissolução da subjetividade
Luís Rubira (GEN/UFPEL)
O sujeito como formação temporária de potência
Sandro Kobol Fornazari (UNIFESP)
A questão da autoria no discurso filosófico
Ivo da Silva Júnior (GEN/UNIFESP) moderador

19h30
Rogério Lopes (UFMG)
O estatuto do corpo no último Nietzsche.
Miguel Angel Barrenechea (UNIRIO)
Nietzsche, corpo e subjetividade
Maria João Branco (Universidade Nova de Lisboa)
"du wirst gethan". Notas sobre uma psicologia sem sujeito e de obras que criam os seus autores.
Scarlett Marton (GEN/USP) moderadora

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QUINTA-FEIRA 20 de maio

10h00 - Oficina de Leitura
(com a participação dos pós-graduandos ligados ao GEN)

14h30
Wilson Frezzatti Júnior (GEN/UNIOESTE)
Consciência e Inconsciente em "Dos desprezadores do corpo" de Nietzsche
Eduardo Brandão (USP)
Corpo e subjetividade em Nietzsche e Schopenhauer
Ivo da Silva Júnior (GEN/UNIFESP)
Consequências políticas da dissolução do sujeito.
Vânia Azeredo (GEN/PUCCAMP) moderadora

18h00 - Lançamentos
Cadernos Nietzsche 26
Do eterno retorno do mesmo à transvaloração dos valores, de Luís Eduardo Rubira
Nietzsche, seus leitores e suas leituras, de Scarlett Marton

19h30
André Martins (UFRJ)
Destino, sujeito livre e ação em Nietzsche.
Scarlett Marton (GEN/USP)
O eu dilacerado
João Constâncio (Universidade Nova de Lisboa)
As noções de sujeito e caráter na obra de Nietzsche
Wilson Frezzatti Júnior (GEN/UNIOESTE) moderador

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Incipt labores




“A tarefa de traçar uma imagem de mim, seja do pensador, 
seja do escritor e poeta, parece-me extraordinariamente difícil.”


(carta a Karl Knortz, de junho de 1888)

Nesta auto-referência que ilustra o cabeçalho de nossa página, de certa forma se antevê refletida uma constatação comum a que chegam, em sua maioria, os que se dedicam ao estudo da filosofia de Nietzsche. Prova disso é que depois de mais de um século de estudos acerca de seu pensamento, os consensos alcançados são menores que as pendências interpretativas. Não que isto seja uma peculiaridade de Nietzsche, pois como se sabe, consensos em filosofia são raros. Entretanto, no caso de Nietzsche existe algo diferencial: ao contrário de outros grandes pensadores, Nietzsche tinha total consciência da dificuldade envolvida na interpretação de seus textos, tanto que se antecipou em fazer ele mesmo uma auto-análise na forma de sua biografia intelectual Ecce Homo. Em seu brado “Ouçam-me! Eu sou tal e tal. Sobretudo não me confundam!” é possível perceber não só a consciência do trabalho árduo que exige o destrinchamento de seus livros, mas também da natureza polissêmica de sua escrita, capaz de instigar as mais variadas interpretações, por vezes tão díspares, que assumem a forma da contradição.

Mas todos estes obstáculos não nos impedem de maneira alguma a entrega à tarefa de trilhar os tortuosos caminhos do pensamento nietzschiano; pelo contrário, ao atento estudioso de Nietzsche, estes servem antes como necessárias e bem vindas fontes de alegria! Além do mais, como já bem disse nosso amigo Olimpio Pimenta, mesmo que “o baú do filósofo tenha fundo” e que desta maneira não existam mais descobertas a serem feitas, resta ainda à obra de Nietzsche algo de inestimável valor para a filosofia enquanto processo ad infinitum: a sua capacidade de funcionar como instrumento na tarefa de pensar, ou seja, mesmo que não se acredite haver nada de novo a ser pensado em Nietzsche – o que é bem provável – sempre restará algo a ser pensado com Nietzsche.

...Incipt labores...